segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ME - Aula 08


Apesar da velocidade 1/30 meu pulo acima não borrou.
O clique me pegou parado no ar!
Para borrar o clique teria de ter pego na subida ou descida.



Nesta foto, foi usada a velocidade 1/8. 
Com uma velocidade tão baixa assim, 
o borrado está assegurado.
(virei um fantasma! Observem que ninguém na sala está me vendo. :-))) )



Os comentários iniciais da aula de hoje, foram sobre os primórdios do cinema.



Iniciando a aula , JJ comentou sobre o surgimento dos "efeitos" no cinema. 
Foi com as filmagens no arco do triunfo, em Paris, de   "A impressionante virada de século" (L' impressionante fin du secule) - 1899.

Este filme, mudou a história do cinema, assim como recentemente  o fez "Avatar".

A descoberta da possibilidade de criação de efeitos, ocorreu acidentalmente!


Percebeu-se após as filmagens, que um trem que por ali passava, havia desaparecido.
Quiseram saber do cinegrafista como ele conseguira coisa tão extraordinária, e ele esclareceu que na realidade não fizera nada. A câmera havia travado, e por uns instantes ele parara de filmar, tendo continuado assim que conseguiu.



Veio assim a descoberta de que era possível fazê-lo intencionalmente.

Após esses comentários, o filme "A impressionante virada de século", foi exibido em sala.

Outras "películas", também foram mostradas na sequencia:

Arrival of a train at la Ciota. - 1897. Lumière.

The great train Robery. 1904 (foram mostradas apenas partes dele, pois o filme é longo).

Sobre este filme a observação segundo a qual, a filmagem original, não foi bem aceita pela sociedade, porque nela os bandidos fugiam com o dinheiro ao final. Os autores foram obrigados a modificar o filme, que passou a terminar com os bandidos sendo mortos. Em uma expressão do seu descontentamento, incluíram um cena final, na qual um bandido mal encarado olha fixamente para a platéia, aponta-lhes o revólver, e dispara. Para os costumes da época, a cena deixou os assistentes em polvorosa.

O homem sem cabeça.

Em o homem sem cabeça, os truques todos feitos à mão, mostram uma cabeça sobre uma 
mesa, a qual é inflada e até mesmo estourada, à semelhança dos primeiros truques possibilitados pelo cinema, onde pessoas colocadas debaixo de uma tubo desapareciam dali surpreendentemente. 

Naturalmente, que todas estas cenas, vistas com muito espanto e admiração, por pessoas que esperavam em filas, para assistir.

Voltando à fotografia, em seguida, foram feitos alguns comentários sobre uma nova concepção na fotografia: a Lytro.
A câmera Lytro. Uma coisa realmente nova, dentro do contexto da realidade digital.

Esta câmera de pequeno tamanho, e formato não convencional, tem a capacidade de captar todos os raios de luz, e permitir por mecanismos internos que o usuário após batida a foto, possa direcioná-los da forma desejada. 

O resultado, é que a imagem obtida pode ser tornada mais nítida ou embaçada, em pontos onde assim for desejado. A observações de detalhes da fotografia torna-se possível, já que qualquer ponto dela escolhido, pode ser tornado nítido e ampliado como desejado.

Retomando o assunto já comentado na aula anterior, foi retomado o triângulo das quatro variáveis, ISO, abertura do diafragma, velocidade do obturador e luz.  (que mais a cor seriam 5, mas a cor é tratada à parte dessas quatro variáveis).

Outra vez, assim como já fora feito na aula anterior, foi feito referencia a analogia no livro texto, construída com os copos. (No nosso livro texto, "O Novo Manual de Fotografia" de John Hedgecoe, à página 76, sobre Exposição, há uma excelente analogia usando uma torneira que enche um copo de água).  

A analogia, ajuda a compreensão do papel das combinações entre a abertura do diafragma e velocidade do obturador, visando controlar a quantidade de luz que irá sensibilizar o sensor ou filme da câmera.

Uma situação foi considerada: Sol Urbano. Nesse caso, foi dito escolher o  ISO 100.

O ISO, também já considerado na aula anterior, é a referência à sensibilidade do sensor ou filme.

Na Nikon D800,  o ISO vai a 250 000.
É a câmera mais sensível que há até o atual momento.
Aquela que como dito anteriormente, em um lugar como a nossa sala de aula, iluminada apenas por uma vela, seria possível fotografar a todos ali presentes, mostrando detalhes do rosto.

Isabela Alegre (IA) perguntou sobre as limitações de aumentarmos o ISO, considerando que isto implicaria em perda de qualidade de imagem, devido o aumento da granulação.

O aumento do ISO, disse JJ,  implica de fato em maior granulação, termo mais real para o filtro analógico. Em comparação com a amplificação do áudio. Quando amplificamos o áudio, os ruídos vão juntos.

Na geração CMOS podemos ir ao ISO 2000 que se a correção de ruído está atuante, equivaleria a ISO 800 com sensor CCD.

Podemos usar quando necessário, e como último recurso, ISO 400, ou até mesmo 800 ou 1000, sem problema, em câmeras não compactas.

Foi dito que na quarta dia 29 será a primeira aula externa, no Parque da Jaqueira, das  8 às 11h.

A situação comentada em sala, para explicar como devemos escolher a combinação de abertura do diafragma e velocidade do obturador para fazer uma determinada foto, foi a seguinte:

Admitindo que a luz é uma variável que está lá, é com ela que vamos fotografar, se a luz é de sol urbano, devemos escolher o ISO 100. 

Com o ISO já determinado, restam duas variáveis. 

Admitindo que escolhemos também uma abertura do diafragma, restará escolher agora a variável velocidade. Esta vai determinar se o movimento será borrado, ou congelado.

Com uma pessoa sentada, 1/30 vai registrar congelada.
Se tem movimento, 1/125 é uma referência.
Com 1/250 maior garantia de imagem congelada.
Essas duas variáveis são as grandes referências para a estética fotográfica.

(No contexto dessa explicação, se temos sol urbano escolhemos ISO 100, e se queremos fotografar uma pessoa andando normalmente, o que foi dito é que usar abertura do diafragma f11 e velocidade 125, é escolher chamada "combinação verdade" para a foto que queremos fazer.) 

Partindo da "combinação verdade", foi mostrado que a mesma exposição proporcionada por esse par 125/f11, isto é, a mesma quantidade de luz que essa combinação de velocidade e abertura deixa passar para sensibilizar o sensor ou filme, pode ser obtida com outras combinações de velocidade e abertura.

Uma tabela mostrando algumas dessas combinações, foi então mostrada, e em seguida, explicada.

A tabela: 

500 - f5,6 congela
250 - f8 congela
125 - f11 congela
60 - f16 borra
30 - f22 borra

A explicação:

Se tenho na minha câmera como "combinação verdade" 125/f11, e eu quiser mudar a abertura, por exemplo, passando de f11 para mais aberta, digamos f8 (menor número maior a abertura do diafragma), devemos lembrar que para manter a mesma exposição, isto é, para que a quantidade de luz no sensor ou filme seja a mesma de antes, precisarei ao mesmo tempo que aumento a abertura do diafragma, aumentar a velocidade do obturador. Nesse caso, ao passar de f11 para f8, aumentamos a velocidade de 125 para 60.

(Para que tudo isso fique muito claro, é bom notar que com relação às aberturas dos diafragmas, f11 corresponde lá a uma determinada abertura, que se passo dela para f8, embora 8 seja menor que 11, mas a abertura f8 é maior do que f11. Menor o número f, maior a abertura, e vice versa. Com relação a velocidade, quando dizemos velocidade 125, na realidade é 1/125, que se lê "um 125 avos" e significa a velocidade de um segundo, dividido por 125! Em uma fração, quanto menor o denominador, maior o resultado: 1/4=0,25; e 1/2=0,5. O denominador 2 é menor que 4, e 0,5 é maior que 0,25. Portanto voltando lá em cima, passar de 125 para 60 é aumentar a velocidade, para compensar que a abertura foi aumentada. Isso para manter a mesma "combinação verdade".)

JJ alertou para que o fato de termos as relações em 100%, possibilita este tipo de manipulação. 
(Ao aumentar de f11 para f8, a abertura aumentou de 100% em relação a f11. A velocidade aumentou de 125 para 60, também na proporção que em termos relativos, vai permitir a mesma passagem de luz, que na combinação anterior.)

Foi comentado por JJ que para usar uma velocidade maior, afim de fotografar as gotículas de uma onda do mar, ou uma cachoeira,  aumentamos a abertura do diafragma. (de acordo com o que foi feito acima)

Embora, acrescentou, cachoeiras ficam melhor quando criamos a condição de ela aparecer como um véu. E nesse caso, teríamos que diminuir a velocidade, e não aumentar.

Quando não temos como aumentar digamos que além de um determinado valor (digamos 3,5) a abertura do diafragma, e se a velocidade que quero é  2000, e não tendo com o ISO 100 a condição que pretendo, posso modificar o ISO. Passo de ISO 100 para ISO 400. Levar em conta que em tudo há uma relação de 100%. Estaremos assim mantendo a combinação verdade.

Foi mostrada a limitação das câmeras analógicas, onde para um determinado caso, como admitindo-se a intenção de fotografar na sala. Duas variáveis estão travadas: luz da sala e ISO. Escolhendo f1,6 e sendo essa a maior abertura do diafragma, se a combinação verdade de acordo com a leitura do fotômetro é de f1,5 com o 15, não há o que fazer!

Foi salientado que as câmeras digitais, nesse aspecto oferecem a flexibilidade de mudar o ISO, o que não seria possível em uma câmera analógica, onde seria necessário trocar o filme.

Final da primeira parte da aula.

Prosseguindo, uma advertência importante:

Cuidado com os seus cartões de memória.
Principalmente se você pisou em carpetes, ou ainda pode até alguém ter uma energia estática residual elevada, caso pegue (toque) nos contatos do cartão, poderá queimá-lo, e assim perder todo o seu conteúdo.

Continuando foi mostrado em uma câmera (Nikon D7000), os botões onde se faz o controle do diafragma (botão da frente) e velocidade (botão detrás). Outras funções, M A S P (ou M Av. Tv  P na Cânon).

Foi explicado o significado de cada uma dessas funções.

M - Manual. Trabalhando em M temos a condição de escolher diafragma e velocidade (auxiliado pelo fotômetro).

A - Abertura. (vem do inglês Aperture) Prioridade para escolha da abertura, deixando à câmera o controle sobre a escolha da velocidade.

S-  Velocidade (vem do inglês Speed) Prioridade para a escolha da velocidade, deixando à câmera a escolha da abertura.

P - (automático programado) Vai dar sempre uma 'combinação verdade". E temos a condição de escolher entre elas, a que desejar.

Recomendações sobre a postura em relação a câmera.

As vezes você deve ser o tripé da câmera. Disse JJ.
Comentou sobre como usar o tirante para evitar a câmera cair:
Enrolar dando uma volta no braço.
Posicionar-se com os pés separados, bem apoiados.
(Se muito abertos, está errado! Mas é como se vê alguns fotógrafos antigos fazerem)
Segurar a câmera com as duas mãos. Mão francesa.
(Assim se diz, por ser típico na forma, ligeiro desmunhecamento.)
Braços dobrados apoiados no próprio corpo.
Como tirar a foto vertical, mudando a posição da câmera de horizontal para vertical, mantendo a mão francesa.
Alertou para o meio clique.
Esperar o momento da foto já com o meio clique.
Tem que fazer o meio clique antes, senão pode perder o momento de clicar.
Quando baixar-se, apoiar o cotovelo na perna.
Segurar a câmera sempre com firmeza.
A estabilidade é fundamental ao fotografar.
Considerando que está fotografando a velocidades baixas, digamos 1/15, até mesmo é importante estar relaxado e até prender a respiração no momento de clique.
Comentou que o espelho em certas câmeras, como a Nikon D7000, pode ser levantado para evitar em fotos sobre tripé, de com o seu movimento, interferir na qualidade da foto.

Foi feito um treinamento com as câmeras em Manual, onde todos puderam fotografar com as várias combinações de abertura do diafragma e velocidade abaixo. 
O objetivo foi escolher um ISO, e começar fotografando com uma determinada abertura, sendo a velocidade para aquela abertura, escolhida observando-se a indicação do fotômetro.
Em seguida, foi-se aumentando a abertura para a abertura seguinte, e observando e anotando o aumento correspondente da velocidade do obturador.

Vel 2   f 20   
Vel 4   f 18  
Vel 8   f13   
Vel 15 f9
Vel 30 f16 

O mesmo foi repetindo aumentando-se o ISO e repetindo a mesma operação anterior.

Treinamento para com a câmera no modo Manual, determinar várias CV ("Combinações Verdade").

Em seguida foram feitas fotos para borrar movimento, e depois, para congelar movimentos rápidos.

O ISO usado foi 1600.

Para borrar condicionalmente a imagem, foi usada a velocidade 60.
Isto é, usando-se velocidade 60, podemos conseguir ou não congelar o objeto em movimento que pretendemos fotografar.
É que no caso de alguém que dá um pulo, por exemplo, só borrará se você "pegar" a pessoa subindo ou descendo.
Caso o clique ocorra naquele instante em que ela parou de subir e está instantaneamente parado para começar a descer, a imagem resultará congelada.
Para borrar incondicionalmente, devemos usar velocidade 8.
A abertura do diafragma, 13 ou 14...

E para concluir, uma palavrinha para chamar atenção para a Dioptria.

Dioptria - ajuste do visor à sua visão.
Ajuste da acuidade visual com o visor.
Se só você quem usa a câmera, basta fazê-la uma vez!
Ao ajustar com o dedão da mão direita o botão para ajuste da dioptria, esqueça a imagem que você vê lá fora através do visor! O que você tem de ver é o que está lá escrito na barra de ferramentas. Na Nikon, fica na parte de baixo do visor.

(É morrendo e aprendendo!  :-)))  )

Fim da aula.

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