quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Módulo Específico - Aula 3

Foto sem lente, em uma Nikon D90!
Pin Hole Digital.

A aula iniciou com uma seção de perguntas.


Gilberto Vaz (de Vasconcelos), aluno e artista plástico (www.expressoesintimas.com.br), comentou no contexto da história da fotografia, a forma como os pintores a receberam. Ele ressaltou o fato de antes da fotografia, famílias reais e aristocracia, costumavam contratar os melhores pintores, para produzirem os seus retratos, e pinturas em geral. Nesse contexto a perspectiva inicial com o surgimento da fotografia de perderem este mercado, onde ganhavam um bom dinheiro, estaria na origem da reação oferecida por eles à fotografia, que em um primeiro momento iniciou a discussão (até hoje persistente) com relação a se a fotografia  poderia ser considerada uma arte.



Na ocasião, achei que poderia acrescentar algo ao comentário de GV, a partir do que na véspera, após a nossa aula de ontem, li na internet, sobre a figura do Man Ray, o qual havia sido citado desde a primeira aula pelo nosso professor JJ. É que Man Ray (MR!) disse lá algo MUITO interessante, que talvez possamos considerar, tenha vindo a contribuir para a visão de que pintura e arte são na realidade duas formas de expressão humana. São duas artes que devem coexistir. Disse MR, aquilo que eu já havia postado sobre ele, anteriormente: "Pinto o que não pode ser fotografado". Referindo-se a algo surgido da imaginação ou um sonho, ou um impulso do inconsciente. "Fotografo as coisas que não quero pintar, coisas que já existem".


Em seguida, JJ destacou o papel de Man Ray para que a fotografia pudesse vir a ser considerada uma arte.



Antes dele, a fotografia era vista como a produção da imagem sem a interferência do autor.


Yohana (Y) perguntou então:

- Qual o diferencial da Fotografia  para que ela se tornasse arte? 


JJ respondeu comentando que Man Ray quebrou um paradigma, ao visualizar a Fotografia sem câmera. Criou os fotogramas que chamou de raiografia. Um argumento contrário à fotografia como expressão artística, consistia em dizer que o seu autor em nada interferia na produção do resultado. A máquina era quem fazia tudo. O autor apenas apertava um botão. Mas fotografia significa a partir do significado da palavra, "gravar com a luz". Man Ray ao criar a fotografia sem câmera, mostrou que era possível sim, trabalhar com a luz, e sobre isso eu já "sapequei" lá, em uma postagem anterior um comentário feito em sala pelo JJ.

Na sequencia foi comentado por JJ que no Surrealismo (MR foi um dos ativos participantes do movimento Surrealista na Pintura), o resultado não deve ter a interferência do consciente. O trabalho de MR era Surrealista.

O assunto da aula de hoje foi o "Pin Hole"

No Pin Hole, a formação da imagem  se faz sobre uma superfície  sensível  à luz ou "papel fotográfico".

Hoje falou-se um pouco sobre Fotossensibilidade.

Foi dito que o armazenamento da luz nos sensores é cumulativa.
Ao sensor menos sensível, dá-se um tempo maior de exposição.
Ao sensor mais sensível dá-se um tempo menor de exposição.

Alguém que no momento não me ocorre quem foi, perguntou:

- Porque fala-se de granulação em sensores digitais?

- Por condições de analogia,  já que os sensores eletrônicos não tem grãos.
Ao ampliar a fotografia digital os pontos crescem e o que temos na realidade é a pixelização.
Pixel é a abreviatura de picture + elements.
Portanto algo similar também ocorre, em termos de perda de qualidade da imagem.

Os grão já grandes ficam maiores ainda.
Filmes de baixíssima sensibilidade tem  grãos menores
Maior sensibilidade, menores os grãos.

ISO - International Standard Organization.
Indicador de fotossensibilidade.

O ISO por ser um padrão universal veio a unificar os anteriorres ASA, DIN ...
E trouxe grande conforto, senão alívio aos fotógrafos.

O ISO 400 foi praticamente adotado no fotojornalismo.
C.B (Cartier-Bresson) usava ISO 400.

Forçar a revelação - no fotojornalismo, era uma prática muito comum.

Usava-se ISO 400 "puxava" para 1600. Puxava-se para duas vezes mais.

Com uma Leica, puxou-se para ISO 56000 em uma ocasião citada, na qual 
o próprio JJ ao fazer uma cobertura jornalistica em local pouquíssimo iluminado,
recorreu à técnica, usando uma câmera Leica.

Fazia-se duas sobreesposições. A primeira no momento do clique, e a outra no laboratório.

No caso, o time do náutico recebendo as bençãos do Pai Edu (á época um famoso pai de santo local), foi publicada com excelente nitidez.

(O ritual foi para ganharem o campeonato, e dessa vez deu certo.)


Foi ressaltada a importância de nos tempos atuais os fotógrafos se atualizarem.
O comentário veio no contexto que levou JJ a afirmar "Em fotografia, antiguidade não é posto". A propósito do que já havia sido comentado anteriormente, sobre que o passado e o futuro de um fotógrafo contemporâneo, são dois anos. Ele sempre vai precisar para se manter atualizado, substituir seus equipamentos, acompanhar o desenvolvimento de softwares etc

Alcyr Lacerda foi um influente fotógrafo local, cuja história da fotografia em pernambuco passa por ele. Por opção, ao não considerar as transformações que terminaram por acontecer, excluiu-se do mercado.

Foi dito que o AL acima mencionado, mantém um laboratório de revelação de P&B (preto e branco). Aos interessados, fica a informação.

Depois de falar em Pin Hole, veio-se a falar em Pin Hole digital.

Pin Hole digital uma coisa nova.

"É a Característica puntiforme da luz  que forma nosso negócio."

Foram mostradas fotos de antigas Câmeras Escuras.

A Câmera Escura em liteira que à época era levada por escravos para locais onde se podia observar paisagens, eclipses etc

Estruturas para desenho, que ofereciam possibilidade para ajuste do foco da imagem.

Procurar o foco, é procurar o ponto onde todos os pontos se tornam um só.

Foi mostrada a tenda usada por Johann kepler (que era um paisagista) e cujos trabalhos dessa natureza à época, eram  propostas comerciais.

Em seguida JJ comentou sobre Daguerre e o seu famoso Diorama, a primeira estrutura visual criada. Uma Câmara Escura com vários furos expunham quadros que iam passando. Daguerre criou ainda o uso do iodato de prata, e daí surgiu o daguerreótipo, com o qual conseguiu registrar imagens.

Foi mostrada a primeira foto de uma pessoa, por Daguerre, o homem fotografado, estava em meio a muitas outras pessoas. Ao deter-se em uma esquina para engraxar os sapatos, terminou impressionando o elemento sensível (ainda que pouco sensível) do Daguerreótipo de Daguerre, que naquele momento fotografava o local. O tempo de exposição por ele utilizado foi de 40 minutos. Não significando porém, que o homem (que até hoje permaneceu desconhecido) tenha ficado lá parado todo esse tempo. Ficou pelo menos o tempo que foi necessário para impressionar o sensor.

- Teria o primeiro  material  fotossensível sido criado acidentalmente? Perguntou José Fernando (JF)

- Não. Foi mesmo a partir de investigações, de observações cuidadosas, tratou-se de um desenvolvimento. Resultou de uma descoberta, a partir do espírito investigativo despertado pela curiosidade dos pesquisadores.

Pin Hole é o registro da luz através de um buraquinho.

- Como transformar  uma digital em uma Pin Hole? Provocou JJ.

Antes de demonstrar, e já com a Câmera Digital a ser utilizada para a experiência à mão, JJ comentou sobre o ISO 250 000 da Nikon D800, recém lançada, à qual será utilizada em fotojornalismo.

Sobre ISO:

O papel  tem  ISO 6 a 8 sendo necessários  30 a40 seg no sol para registrar a imagem  na Pin Hole, com a luz passando através do "buraquinho de agulha".

Filme ISO 100 a 400.  

Digital  ISO 100 a 3200. (Ou mais! 6400...)

E aqui pode-se perceber como apareceram os mecanicanismos de controle  do tempo na fotografia.

1/30 seg é o tempo no qual o olho abre e fecha. É o chamado "piscar de olhos".

Falando sobre sensores, foi dito que:

Os sensores CMOS substituiram os CCD e isso modificou a forma de processar.

O CMOS será substituido pelo X3.

O X3 virá com as mesmas características do filme digital.

Canon, Nikon, Pentax, Panasonic (e mais duas marcas) estão produzindo os sensores X3, que acredita-se seja o ponto de estabilização da fotografia digital, com a recriação do antigo filme fotográfico, só que agora digital. 

- O que é a Difração? Perguntou HB (Henrique Botelho).

Difração é um fenômeno físico da compressaã da luz na sua passagem por uma muito pequena abertura. Para passar, a luz se "espreme" e ao voltar ao tamanho normal perde a qualidade.

Só há um ponto na câmera, onde a Fotografia é otimizada. Isto é, só há uma abertura do diafragma entre as diferentes aberturas da objetiva de uma câmera, na qual a fotografia é otimizada. Há uma abertura para a qual o resultado obtido é melhor do que os demais.

JJ fez referência ao fato, comentando "Assim como também um carro tem uma velocidade ótima para o seu melhor desempenho!"

Foi dito por JJ que a super grande angular (olho de peixe), não é uma lente que recomende a alguém comprar. Usa-se pouco! "Uma vez no ano". E é uma lente cara.

Em seguida foram feitas fotos usando uma Pin Hole digital, "construida" a partir de uma das Nikon D90 do SENAC.

Foram mostrados os detalhes da confecção dos furinhos na tampa e para furos menores, tipo os feitos com uma agulha de costurar, de diferentes diâmetros. A utilização por dentro da tampinha, de um papel escuro colado por dentro, é uma forma de contornar a dificuldade de administrar um pequeno furo, em uma tampa de plástico.

(Achei essa foi uma excelente forma didática, de trabalhar com a questão do tempo de sensibilização.)

Inicialmente, para a Pin Hole com furo maior, foi usado ISO 600 por 2" (dois segundos).

Em seguida, indo "de um buracão a um buraquinho", o furo foi diminuído mantida a mesma exposição. Já sabíamos de aula anterior, que a foto iria ficar mais nítida porém mais escura.E foi o que em seguida comprovamos. Já começávamos a ver o buraquinho dentro do buraco. A utilização do papel pelo lado de dentro, fazendo o furo menor coincidir com o furo maior feito na tampa de plástico.

Como a foto  ficou escura,  o tempo de exposição foi aumentado para 4" (quatro segundos).

As vezes a exposição escolhida é a correta, mas o buraco (interno), o sub-buraco ( :-) ), sai com facilidade do lugar.

(Observo que é uma interessante brincadeira artesanal.)

Tércio e mais alguém, se dispuseram em ir lá fora, tirar umas fotos na rua, para verificar em presença do sol, o quanto deveriam agora, diminuir o tempo de exposição, mantido o ISO.

E a aula aproximou-se do final, com JJ provocando outra vez::

Fotografia é gravar com luz. Logo (já sabemos) podemos fazer fotografia sem Câmera.

- Podemos fazer fotografia sem buraquinho?

O objetivo dessa incursão é abrir a visão sobre a grafia da luz.
Man Ray fez isso.
"Luz e sombra sobre um CCD são fotografias, sem nada ter com o referente."
Fotografias abstratas.

Assunto de amanha:  Fotografia sem câmera e uso da câmera digital para com ela fazer uma reconstrução do analógico.

JJ criou chamar de Pixelgrama (pixel + fotograma).

Em seguida, JJ levantou o espelho da Nikon D90 utilizada durante a aula, naturalmente recomendando que ninguém fizesse isso em casa, para mostrar o sensor. Muitos viram hoje um sensor pela primeira vez. Inclusive eu. 

"Assim como a terra é azul, os sensores são verdinhos. É o que a gente logo pensa...Ou não?

O pixelgrama feito por Man Ray, era a chamada Raiografia.

E para concluir por hoje:

A quantidade de Luz, a sensibilidade  e o tempo, formam  o triângulo da exposição. 
Isto é: A abertura do Diafragma, o  ISO, e a Velocidade
A luz é representada no centro do triângulo.

Existe uma quinta variável:  A cor.

A cor vai depender da luz

Em qualquer luz se pode modificar a cor. 
A cor é portanto uma variável que se pode controlar

A estrutura de capturação da luz é alterável.

(Rgb calorimetria)

A foto tem que estar boa para que  possamos trabalhar no Photoshop.

A Cor correta na hora da captura, ou depois no Photoshop.

A fotografia da lua mostrada por JJ na primeira aula, ele explicou ter feito usando um telescópio fotográfico de 1500 mm.

A lua foi tornada azul com o Photoshop.

Aproveitando discorreu sobre como fotografar a lua, mesmo sem usar o telescópio.
Como a luz da lua é um reflexo da luz que sobre ela incide vindo do sol, fotografá-la é o mesmo que fotografar qualquer objeto terreno. Usando velocidade 1/125 e f/ 5.6 (ou f/11), e ISO 200,  como fotografando qualquer outro local, obtém-se o resultado desejado.

...E foram todos com fome para casa almoçar!

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